sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Crise? Qual crise?

Após a inviabilização da tributação extraordinária da distribuição de dividendos de algumas empresas, com a oposição clara de António José Seguro, parece que os funcionários públicos dos Açores irão receber uma medida compensatória pelos cortes salariais que o Governo da República decretou.

Se a questão da tributação extraordinária é aparentemente discutível, ainda que na minha opinião esta deveria ter sido a oportunidade do PS demonstrar claramente a sua matriz ideológica de esquerda (antecipando-se e apresentando a sua própria iniciativa), a atribuição de uma remuneração extra por parte do Governo Regional do Açores
transcende qualquer tipo de justiça social e de tentativa de distribuição dos sacrifícios. Ainda mais há a sublinhar quando esta medida compensatória não visa os funcionários que menos recebem mas antes os que aferem 1.500 e 2.000 euros mensais, permitindo desta forma que estes mantenham os seus vencimentos sem sofrerem qualquer corte, ao contrário do resto do País.

Bem sei da autonomia da região açoriana, mas lamento profundamente que num momento de crise económica, que afecta principalmente os que menos têm, se acentuem as desigualdades e as injustiças sociais. Mas pior era difícil quando é o próprio Partido Socialista a encabeçar este tipo de incongruências.

Quando a crise toca apenas a alguns, valha-nos pelo menos a lucidez de outros.
Os grandes líderes vivem à frente da realidade. Onde andam eles?



1 comentário:

  1. Olá tudo de bom ...
    Li o seu artigo e não deixei de reparar que a critica era dirigida aos Açores .
    Como sou um bom Açoriano , faço questão de lembrar que nós já pagamos as asneiras que aí fizera .
    Em vez de falar dos Açorianos fale da Madeira , é lá que o maior escândalo .
    Aí sim , ou não tem coragem ????

    Cordiais comprimentos

    Ernesto Castanha
    ernestocastanha.blogspot.com
    Se desejar seguir o meu blog .

    Ernesto Castanha

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